terça-feira, 27 de maio de 2008

De quanto você precisa?

De quanto você precisa para viver bem?
Quanto amor precisam demonstrar por você pra que você acredite que é um ser amado?

Há medida certa para o amor?
Eu sempre ouvi dizer que há medida certa pra tudo. Mas será que com os sentimentos também é assim? Amor demais faz mal?
Ontem conversando com uma amiga eu perguntei à ela que motivos fazem a gente querer ser amigo de uma pessoa. Eu falei:
- Por que você acha que eu sou sua amiga? - Ela olhou pra mim com a cara mais inocente do mundo e disse:
- Por que eu sou pobre?
Não posso negar que aquilo me chocou. Até onde vai a nossa capacidade de pensar que todo mundo que se aproxima de nós ou quer se aproveitar de alguma coisa ou então tem pena da gente? Horrível.

Todo um trabalho para levá-la a acreditar que não, que eu não estava interessada na amizade dela por ela ter ou não dinheiro, mas que amizade se constrói por que nos identificamos com o outro, por que o outro nos acrescenta algo de bom ou nos permite acrescentar nele algo bom também.
Depois disso eu fiquei pensando que algumas pessoas entram em nossas vidas apenas para nos fazer refletir.

Na época do colégio, houve um ano em que eu era conhecida por ser amiga dos "excluídos", aqueles alunos de quem ninguém se aproximava... O fato é que eu só vim perceber isso bem depois, na verdade gostava de ter muitos amigos, só isso.

Em um certo dia 12 de junho naquele ano, dia dos namorados à propósito, a professora de artes (ou o professor, agora não lembro bem), pediu que nós fizessemos um cartão de amizade e enviássemos para aquele colega da sala de quem mais gostávamos.

Resultado, tinha uma menina que eu considerava muito, mas que a turma aterrorizava ela, chamavam a coitada de bruxa, de índia, exluíam ela de tudo. Eu passava muito tempo do intervalo das aulas com ela. Mas também tinha outros amigos. E dei o "azar" de enviar o cartão para outra pessoa. O único que recebi de volta foi o dela, e ela não recebeu de ninguém. Fiquei super decepcionada comigo mesma.

Até hoje isso me deixa um pouco triste. Mas como dizem, é vivendo e aprendendo...
Mas... e pra você, qual a medida certa do amor?

2 comentários:

  1. É... Me fez lembrar da época do colégio. Que fase complicada.
    Bom, experiência própria: Onde eu estudava era um inferno. Ao mesmo tempo que eu odiava aquele povo metido e vazio, eu amava e queria fazer parte do grupo. Mas só queria. Acabei escolhendo ficar com o grupo "alternativo", que se resumia a pessoas que tinham planos de sair do país para lavar pratos na Inglaterra, porque aqui tudo era muito "subdesenvolvido". Hoje eu acho que eles não sabiam realmente o que esta palavra significa. E talvez não saibam até hoje.
    Aliás, é justamente isso. Pouca gente sabe por que raios veio ao mundo. Vejo a minha geração (digo, as pessoas da minha faixa etária) andar meio sem rumo por aí. Ninguém bebe pra se "distrair", bebe-se para entrar em coma alcoólico. E quase ninguém sabe o que amor significa.
    Na época de colégio, eu me sentia muito responsável pelos "excluídos". Não podia ajudar muito porque, embora de certa forma eu fosse um deles (ou me sentisse como um), eu também queria fazer parte dos "descolados", numa eterna relação amor-e-ódio.
    Mas toda amizade nasce por interesse. Existem interesses mesquinhos, como por dinheiro, status ou coisa que o valha, bem como existem as fundadas em bons interesses. Os bons interesses fazem a gente se aproximar de alguém pela companhia, pelo afeto, pela aprendizagem de se andar junto. E é só baseado nesses interesses que hoje eu me permito "andar em grupo".
    Sabe, talvez todas as perguntas que você fez (De quanto você precisa para viver bem? Quanto amor precisam demonstrar por você pra que você acredite que é um ser amado? Há medida certa para o amor?) não tenham resposta porque o amor não pode ser medido. Ele é - por natureza - incomensurável. O que há são diferentes formas de amor e de amar. Mas se você ama, você ama e ponto. Nada de mais e nada de menos. Se não for assim, não é amor. É apenas afeto ou outra coisa qualquer... Ter pena não é amar. Remorso, muito menos.
    Afinal de contas, apesar de ser chato, você também não teria sido honesta se tivesse mandado o cartão para a menina excluída. E não seria uma boa ação. A menina também precisa cativar as pessoas pelo seu próprio jeito. Senão sempre iriam andar com ela por pena, o que também não seria justo com ela.
    Enfim, depois de tudo isso, acho que vou publicar um tratado sobre o tema... =P

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  2. Se depender do comentário, o tratado vai ser maravilhoso!!

    Vlw!!

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