segunda-feira, 23 de março de 2009

De volta!!

Pois é, passei um tempo longe... Um tempo que serviu pra perceber o quanto a vida pode ser complicada, dependendo do modo como reagimos a algumas coisas. A experiência do TCC não foi das melhores... Mas a gente supera, né? Tem que superar, afinal de contas, isso é só o começo de uma sucessão de outros acontecimentos. O bom, é que bem ou mal, foi uma etapa vencida e concluída. =)

O propósito agora é descobrir o que fazer depois. A gente pensa muito no futuro, é verdade. Mas pra mim, o futuro nunca pareceu estar tão perto. Não é mais como aquelas perguntas que enchem a infância pra saber o que você irá ser ou fazer quando crescer. Agora é sério. E eu preciso encontrar a resposta. Enquanto isso....

Enquanto isso estava pensando na minha disciplina de mestrado – Corpo e Sociedade – e lendo Através do Espelho, de Jostein Gaarder – sim, o mesmo de O Mundo de Sofia. E aí percebi que somos fantasmas. Não fantasmas uns para os outros, nem algo de assombração. Nunca tinha parado pra pensar o quanto somos rápidos em nossa existência na Terra. Nós chegamos aqui e quando começamos a aproveitar, os adultos nos amedrontam, nos dizem para parar de brincar, de ver a vida pelo lado bom. E aí a gente começa a ser adestrado. Até que ficamos também adultos e nosso corpo passa a ser apenas um mero espelho que faz os outros ao nosso redor imaginarem o que somos por dentro. E aí, a roupa, o estilo, o cabelo, o modo de andar, começam a falar mais do que nossos sentimentos... Começam a mascarar as coisas...

E então mais do que tentar enxergar os outros, deixamos de olhar para nós mesmos. E o mundo da criança, divertido, simples e sem preconceitos, é quase que totalmente esquecido. Deixamos nossa essência de lado para nos preocuparmos com coisas mais “urgentes”: o dinheiro, os deveres, a opinião dos outros...

Uma vez, numa palestra, a facilitadora pediu que todos no auditório tocassem o próprio braço. Na hora aquilo pareceu estranho. Mas aí começamos a perceber que sensação boa é sentir a você mesmo, sua temperatura, sua consistência. Não refletimos muito sobre nós. A ideia agora é perceber a mim mesma, não só enquanto corpo, enquanto pessoa que existe, mas sim, como uma extensão da natureza, como algo que faz parte dela, pelo menos por um tempo.
Na revista Espaço Acadêmico eu li que... "Não se tem consciência do corpo como se tem de um objeto percebido. A consciência não é consciência de, já que o objeto não surge em carne e osso diante do sujeito. Ao contrário. A consciência do corpo é a impregnação da consciência pelo corpo".

Espero que vocês também pensem nisso, que façam parte disso. Recuperem os sonhos de infância, as brincadeiras, o olhar... Isso é muito bom para que nossa passagem por aqui seja mais alegre e divertida. Pois que se é rápida e tão efêmera, não pode ser infeliz de maneira alguma. Sejamos crianças por dentro e espelhos de boas coisas, sempre.

3 comentários:

  1. E as pessoas que não desejam olhar para tras?

    Que tiveram de assumir mais do que podiam, ou, que acreditando estarem preparadas, erraram, e seus erros ecoando a cada dia em seus pensamentos, será que valeria a pena lembrar??

    O sol nasce para todos, mas nem todos podem vê-lo brilar todos os dias.

    By André Gobbi

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  2. Uma vez ouvi uma frase num filme que me fez pensar exatamente nisso, "nada é tão ruim que não deva ser lembrado um dia".
    Td o que acontece com a gente pode nos indicar os caminhos que vamos/devemos seguir, e basta que a gente preste um pouco de atenção nos sinais...
    As vezes a gente se distrai e não consegue enxergar bem o caminho... Mas até os erros nos ensinam - acredito até que os principalmente os erros ensinam o que fazer...
    Bjsss

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  3. Amiga, adorei o texto!

    Essa coisa de "vida meio vivida" é complicada, mas... o mundo nos empurra a ser isso, isolado, frio, calculista e desumano. Até conosco mesmo.

    Eu vejo essa mudança em mim, antes eu era mais sentimentalista, me preocupava mais com o coletivo... porém, depois de levar inúmeras "pauladas" dos outros, fui me fechando e ficando mais seca, digamos assim.

    O problema é que criou-se uma ideia de que contato sincero é algo ruim e isso dificulta cada vez mais os relacionamentos, o que cria pessoas frustradas e, consequentemente, um mundo desestruturado.

    Acho cada vez mais difícil reverter esse cenário, mas... não custa nada cada um tentar. A questão é: alguém tem que estar disposto a se abrir...

    Beijos amiga querida, espero que me perdoe pela carta... ainda escreverei esse ano (kkkkkkkkk), deixa só eu voltar a me encontrar...

    =D

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